Ontem, véspera do dia dos pais, fui com as crianças ao shopping, buscar lembranças para os papais de nossa vida...
Numa loja de departmentos, fila imensa, lá estávamos nós, com uma blusinha para a caçula do grupo, e em dúvida entre dois presentes para o vovô: uma blusa e uma gravata, ambas em tom de violeta escuro, seu preferido. Não conseguíamos decidir, e eu queria trazer os dois, mas achei que ficaria um pouco mais caro do que eu tinha pretendido.
Quando decidimos pela gravata, uma senhora atrás de mim começou a elogiar a blusa, e aí nossa certeza voltou a virar dúvida. Resolvi trazer os dois presentes, mais o casaquinho, e fui atendida por uma espécie de gerente, acho... Com certeza ele não era caixa, porque não tinha a menor prática no que estava fazendo. Achei que fosse alguém que estivesse ajudando diante daquele movimento intenso, para que a fila andasse mais rápido, sei lá.
Ele passou o código de barras do casaquinho, da blusa, e enfiou tudo de um modo muito amassado dentro da sacola. Inclusive a gravata, que ele não havia registrado.
Ah! Perfeito!
Os presentes que eu queria, pelo preço que eu idealizei! Maravilha!
Sem chance...
Disse para o atendente: "você não cobrou a gravata!"
Ele fez um "hã" meio perplexo...
Repeti: "você não cobrou a gravata!" E acrescentei sorrindo: "Eu adoraria pagar menos, mas não seria correto."
O homem quase rosnou:
- Já vamos resolver esse problema...
Quase me senti culpada pela honestidade. Diante da fila imensa, achei que ele preferia que eu tivesse ido embora rápido, ao invés de "reclamar" para pagar mais alguma coisa. A pessoa atrás de mim na fila também suspirou impaciente.
Olhei para minhas crianças ao meu lado! O olhar de admiração e o sorriso da mais velha me fizeram sentir orgulho de estar fazendo a coisa certa. Paguei o valor correto, peguei as crianças pela mão e saí feliz, curtindo o sentimento de ser alguém no mundo disposto a fazer a diferença!
Momentos de filosofia...
domingo, 14 de agosto de 2011
Honestidade
sexta-feira, 29 de julho de 2011
E Deus se lembrou...
Numa destas sextas feiras de férias, estava ouvindo uma mensagem no culto quando o pregador começou a falar sobre Abraão, e como ele conversava com Deus de modo pessoal e singular.
O Pastor então falou sobre a destruição de Sodoma e Gomorra (Gênesis 18 e 19). Deus avisou a Abraão que aquelas cidades seriam destruídas, e Abraão começou a argumentar com Deus:
- Mas e se ali tiverem 50 justos?
E Deus responde que não destruirá a cidade por amor dos 50.
Abraão continua a dialogar com Deus:
- E se forem 45?
- Não a destruirei por amor dos 45.
E assim Abraão segue argumentando com Deus, até chegar ao número de 10 justos na cidade. Ao que Deus lhe responde:
- Não a destruirei por amor dos 10.
O interessante é que a preocupação de Abraão estava em Ló, seu sobrinho, a quem ele havia criado como um filho, e o amava! Mas Abraão não disse isso para Deus. Estava guardado em seu coração. Buscou "convencer" a Deus argumentando de outra forma.
Bom, o fato é que não havia 10 justos em Sodoma e Gomorra de modo que as cidades seriam mesmo destruídas.
E a bíblia narra um fato impressionantemente belo no versículo 29 do capítulo 19 de Gênesis:
"... lembrou-se Deus de Abraão, e tirou a Ló do meio da destruição..."
Lembrou-se?
Mas Abraão não havia falado com Deus sobre Ló!
Esse é o nosso Deus! Ele se lembra das orações que nem tivemos coragem de fazer... Daquelas que ficaram no íntimo do nosso coração, das que não ousamos verbalizar, ou achamos que eram insignificantes demais para serem levadas a Deus.
Deus conhece todos os desejos do nosso coração.
E Ele se lembra de nós!
O Pastor então falou sobre a destruição de Sodoma e Gomorra (Gênesis 18 e 19). Deus avisou a Abraão que aquelas cidades seriam destruídas, e Abraão começou a argumentar com Deus:
- Mas e se ali tiverem 50 justos?
E Deus responde que não destruirá a cidade por amor dos 50.
Abraão continua a dialogar com Deus:
- E se forem 45?
- Não a destruirei por amor dos 45.
E assim Abraão segue argumentando com Deus, até chegar ao número de 10 justos na cidade. Ao que Deus lhe responde:
- Não a destruirei por amor dos 10.
O interessante é que a preocupação de Abraão estava em Ló, seu sobrinho, a quem ele havia criado como um filho, e o amava! Mas Abraão não disse isso para Deus. Estava guardado em seu coração. Buscou "convencer" a Deus argumentando de outra forma.
Bom, o fato é que não havia 10 justos em Sodoma e Gomorra de modo que as cidades seriam mesmo destruídas.
E a bíblia narra um fato impressionantemente belo no versículo 29 do capítulo 19 de Gênesis:
"... lembrou-se Deus de Abraão, e tirou a Ló do meio da destruição..."
Lembrou-se?
Mas Abraão não havia falado com Deus sobre Ló!
Esse é o nosso Deus! Ele se lembra das orações que nem tivemos coragem de fazer... Daquelas que ficaram no íntimo do nosso coração, das que não ousamos verbalizar, ou achamos que eram insignificantes demais para serem levadas a Deus.
Deus conhece todos os desejos do nosso coração.
E Ele se lembra de nós!
quinta-feira, 26 de maio de 2011
Não te quero mais...
Lembro de vê-la pela primeira vez. Acho que a iluminação ajudou, mas achei-a linda! Ela sobressaía em meio às outras. Eu passava pelo mesmo lugar quase todos os dias só para vê-la. Vendo-a, pensava em como seria se ela fosse minha... Imaginava lugares onde podíamos ir juntos, pensava no que diriam meus amigos ao ver-me tão bem acompanhado! Além de linda, ela era elegante, discreta, e parecia uma companhia adequada para qualquer ocasião.
Eu queria que ela estivesse na minha casa... debaixo do meu teto... como se fosse minha propriedade, sempre ao alcance da minha mão.
Não medi esforços para que isso acontecesse. Flertei com ela por algum tempo, até que nossa união se consumou. Finalmente ela era minha! Tão linda! E assim saíamos juntos para todos os lugares. Muitas vezes ela me acompanhou ao trabalho, ao cinema, ao shopping, aos encontros com amigos. Acostumei tanto a tê-la comigo que era difícil pensar em estar sem ela. Quando saíamos juntos, muitos nos elogiavam, e eu sentia orgulho pelo bom gosto na escolha de minha companheira.
Mas o tempo foi passando... E eu não devo ter cuidado muito bem dela. Ela foi mostrando alguns sinais de cansaço, foi perdendo o brilho. Já não era tão linda...
E eu, comecei a pensar em substitui-la. Eu queria de novo uma companheira linda, que não mostrasse sinais do tempo, que fosse elegante e adequada, e imaginei que por mais que eu me esforçasse, seria muito mais trabalhoso tentar restituir o brilho da minha companheira. E comecei a olhar com atenção para outras, buscando aquela beleza que havia me encantado pela primeira vez, mas que eu não via mais na minha parceira. Já não era tão agradável sair com ela, especialmente quando eu a comparava com outras. Eu já não sentia orgulho de tê-la escolhido...
Desisti dela. Uma noite, sem palavras, olhei-a demoradamente no nosso quarto... E pensei no meu íntimo: "não te quero mais". E comecei a desejar e buscar outra companheira.
Essa história tem dois lados: o bom e o ruim. O bom é que se trata de uma ficção. Eu narrei uma história que conta como eu comprei uma linda bota de inverno, e do quanto eu gostava dela, até que percebi que ela já estava tão usada que não daria mais para consertá-la, e eu decidi que precisaria comprar outra.
O lado ruim é que a história de uma relação com um objeto de consumo, que tem tempo determinado, ou "prazo de validade" (afinal, o objeto só é útil enquanto serve ao propósito que temos para ele), pode ser a história de um relacionamento entre duas pessoas! Quantas vezes pessoas são descartadas como se fossem objetos? Quantos cônjuges são descartados quando a beleza já não é tão evidente, quando aparece uma opção mais elegante, bela e "adequada" ao estilo de vida?
Objetos envelhecem. Muitos se tornam inúteis...
Pessoas tem que ser vistas por outra perspectiva. Elas amadurecem. E o amadurecimento de uma relação pode ser delicioso, basta querer!
"A única maneira de teres sensações novas é construíres-te uma alma nova". (Fernando Pessoa)
Eu queria que ela estivesse na minha casa... debaixo do meu teto... como se fosse minha propriedade, sempre ao alcance da minha mão.
Não medi esforços para que isso acontecesse. Flertei com ela por algum tempo, até que nossa união se consumou. Finalmente ela era minha! Tão linda! E assim saíamos juntos para todos os lugares. Muitas vezes ela me acompanhou ao trabalho, ao cinema, ao shopping, aos encontros com amigos. Acostumei tanto a tê-la comigo que era difícil pensar em estar sem ela. Quando saíamos juntos, muitos nos elogiavam, e eu sentia orgulho pelo bom gosto na escolha de minha companheira.
Mas o tempo foi passando... E eu não devo ter cuidado muito bem dela. Ela foi mostrando alguns sinais de cansaço, foi perdendo o brilho. Já não era tão linda...
E eu, comecei a pensar em substitui-la. Eu queria de novo uma companheira linda, que não mostrasse sinais do tempo, que fosse elegante e adequada, e imaginei que por mais que eu me esforçasse, seria muito mais trabalhoso tentar restituir o brilho da minha companheira. E comecei a olhar com atenção para outras, buscando aquela beleza que havia me encantado pela primeira vez, mas que eu não via mais na minha parceira. Já não era tão agradável sair com ela, especialmente quando eu a comparava com outras. Eu já não sentia orgulho de tê-la escolhido...
Desisti dela. Uma noite, sem palavras, olhei-a demoradamente no nosso quarto... E pensei no meu íntimo: "não te quero mais". E comecei a desejar e buscar outra companheira.
Essa história tem dois lados: o bom e o ruim. O bom é que se trata de uma ficção. Eu narrei uma história que conta como eu comprei uma linda bota de inverno, e do quanto eu gostava dela, até que percebi que ela já estava tão usada que não daria mais para consertá-la, e eu decidi que precisaria comprar outra.
O lado ruim é que a história de uma relação com um objeto de consumo, que tem tempo determinado, ou "prazo de validade" (afinal, o objeto só é útil enquanto serve ao propósito que temos para ele), pode ser a história de um relacionamento entre duas pessoas! Quantas vezes pessoas são descartadas como se fossem objetos? Quantos cônjuges são descartados quando a beleza já não é tão evidente, quando aparece uma opção mais elegante, bela e "adequada" ao estilo de vida?
Objetos envelhecem. Muitos se tornam inúteis...
Pessoas tem que ser vistas por outra perspectiva. Elas amadurecem. E o amadurecimento de uma relação pode ser delicioso, basta querer!
"A única maneira de teres sensações novas é construíres-te uma alma nova". (Fernando Pessoa)
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Mídia e família
Estamos vivendo uma época de "culto ao consumo". Cada vez mais a sociedade valoriza o ter, mesmo que a pessoa "tenha que ter" coisas de que ela absolutamente não precisa.
Interessante é perceber que a maioria das nossas "necessidades urgentes" são geradas pela mídia. Coisas que você nunca imaginou precisar de repente fazem uma falta absurda na sua vida (mesmo que você nunca tenha percebido antes).
E aí eu penso sobre esse vazio intenso que cada ser humano carrega dentro de si. Na verdade um vazio do tamanho de Deus, e que portanto só pode ser preenchido por Ele. Mas a mídia tem aquela função de nos contar que seremos felizes e realizados se tivermos o carro tal, usarmos o perfume tal, ou formos clientes do banco tal, e por aí vai...
Para a mídia, quanto mais desestruturado e infeliz estiver o indivíduo, melhor! Ele vai consumir mais, para compensar suas frustrações, e eu penso que é por isso mesmo que a mídia investe tão pesadamente contra a família. A ideia é que as pessoas estejam sós, que as uniões sejam descartáveis, e que a família, sempre tida como a base da sociedade, esteja desestruturada. Essa desestruturação vai gerar... mais consumo!
Um indivíduo em família é mais reflexivo. Ele não consome por estar deprimido ou frustrado. Ele sabe que é amado por seu cônjuge e filhos, tem um papel no seu lar, então está ciente de sua importância pessoal. Ele vai consumir o que quer, e não o que a mídia "quer que ele queira".
Assim, tudo o que for contrário a unidade familiar, será amplamente propagado pela mídia! E de tanto bombardeio, muitas famílias sucumbem.
"É preciso estar atento e forte!"
Interessante é perceber que a maioria das nossas "necessidades urgentes" são geradas pela mídia. Coisas que você nunca imaginou precisar de repente fazem uma falta absurda na sua vida (mesmo que você nunca tenha percebido antes).
E aí eu penso sobre esse vazio intenso que cada ser humano carrega dentro de si. Na verdade um vazio do tamanho de Deus, e que portanto só pode ser preenchido por Ele. Mas a mídia tem aquela função de nos contar que seremos felizes e realizados se tivermos o carro tal, usarmos o perfume tal, ou formos clientes do banco tal, e por aí vai...
Para a mídia, quanto mais desestruturado e infeliz estiver o indivíduo, melhor! Ele vai consumir mais, para compensar suas frustrações, e eu penso que é por isso mesmo que a mídia investe tão pesadamente contra a família. A ideia é que as pessoas estejam sós, que as uniões sejam descartáveis, e que a família, sempre tida como a base da sociedade, esteja desestruturada. Essa desestruturação vai gerar... mais consumo!
Um indivíduo em família é mais reflexivo. Ele não consome por estar deprimido ou frustrado. Ele sabe que é amado por seu cônjuge e filhos, tem um papel no seu lar, então está ciente de sua importância pessoal. Ele vai consumir o que quer, e não o que a mídia "quer que ele queira".
Assim, tudo o que for contrário a unidade familiar, será amplamente propagado pela mídia! E de tanto bombardeio, muitas famílias sucumbem.
"É preciso estar atento e forte!"
domingo, 15 de maio de 2011
De mal com a vida.
Eu gosto muito dos dias de sol!
Gosto de abrir todas as janelas, cortinas, e deixar o sol entrar, inundando minha sala de luz! Especialmente nos dias mais frios, sentir o calor do sol é como um abraço amigo!
Mas gostar do sol não significa não gostar da chuva! Mesmo que dê mais trabalho sair num dia de chuva (pelos acessórios que a gente precisa carregar junto), o cheiro de terra molhada, e a sensação de aconchego e proximidade que a chuva traz, também são coisas lindas de sentir!
Por aqui, os dias tem estado muito secos. A baixa umidade do ar faz com que as alergias aflorem, a pele e cabelo ressequem, e em alguns lugares da cidade chega a faltar água.
Ontem choveu! Choveu muito!!!! Eu estava na Igreja, e comecei a ouvir o barulho da chuva na janela, e não demorou muito para o cheiro de terra molhada começar a invadir aquele ambiente. Que delícia!
No fim da reunião, um comentário: "que droga de chuva, só serve para arrepiar o cabelo da gente!"
(Na semana passada a mesma pessoa estava reclamando do ar seco...)
Mas a chuva não se incomodou com o comentário e continuou, noite adentro... Final da manhã seguinte, e a chuva farta, barulhenta, continuava sua função de regar a terra, sem se preocupar se estava ou não agradando.
Resolvemos comprar um frango assado e eu estava em baixo de um toldo, criando coragem para correr até o carro. Um amigo passou e brincou: "melhor molhado, do que molhado e machucado!" Diante daquele comentário, rapidamente saímos rindo para os carros, sentindo a chuva fria bater no rosto, e felizes!
Para comprar o frango, uma grande fila. Meu marido não conseguiu estacionar na frente, havia muito movimento. Com o carro parado do outro lado da rua, saí rapidamente para a loja e cheguei um tanto molhada. Um senhor na minha frente comentou: "Isso é hora de chover? Essa chuva atrapalha todo mundo!"
Eu sorri e disse para ele, de modo mais amável possível: "Mas diante da seca que tivemos nos últimos dias, eu acho que podemos considerar a chuva uma bênção, mesmo ficando um pouco molhados, não acha?"
Continuei sorrindo, enquanto ele pareceu um pouco decepcionado pela falta de apoio para falar mal da chuva... Ele concordou meio sem convicção, e ficou um tempo em silêncio. Ao final acrescentou:
- Está soprando agora, mas vai morder! Vai esfriar muito, e aquele frio seco... Não vai ficar assim, tranquilo, não!
Continuei sorrindo e acrescentei:
- Mas hoje a chuva está tão linda! Podemos aproveitar!
Ele não respondeu. Pediu uma cerveja, e disse ao atendente que era "para aguentar a fila"...
Fiquei pensando... Tem gente tão de mal com a vida que precisa reclamar de alguma coisa para dar sentido ao seu dia! Porque chove, porque não chove, porque esfria, porque faz calor...
Seria tão bom se lembrássemos sempre do que Deus nos ensinou a dizer:
Gosto de abrir todas as janelas, cortinas, e deixar o sol entrar, inundando minha sala de luz! Especialmente nos dias mais frios, sentir o calor do sol é como um abraço amigo!
Mas gostar do sol não significa não gostar da chuva! Mesmo que dê mais trabalho sair num dia de chuva (pelos acessórios que a gente precisa carregar junto), o cheiro de terra molhada, e a sensação de aconchego e proximidade que a chuva traz, também são coisas lindas de sentir!
Por aqui, os dias tem estado muito secos. A baixa umidade do ar faz com que as alergias aflorem, a pele e cabelo ressequem, e em alguns lugares da cidade chega a faltar água.
Ontem choveu! Choveu muito!!!! Eu estava na Igreja, e comecei a ouvir o barulho da chuva na janela, e não demorou muito para o cheiro de terra molhada começar a invadir aquele ambiente. Que delícia!
No fim da reunião, um comentário: "que droga de chuva, só serve para arrepiar o cabelo da gente!"
(Na semana passada a mesma pessoa estava reclamando do ar seco...)
Mas a chuva não se incomodou com o comentário e continuou, noite adentro... Final da manhã seguinte, e a chuva farta, barulhenta, continuava sua função de regar a terra, sem se preocupar se estava ou não agradando.
Resolvemos comprar um frango assado e eu estava em baixo de um toldo, criando coragem para correr até o carro. Um amigo passou e brincou: "melhor molhado, do que molhado e machucado!" Diante daquele comentário, rapidamente saímos rindo para os carros, sentindo a chuva fria bater no rosto, e felizes!
Para comprar o frango, uma grande fila. Meu marido não conseguiu estacionar na frente, havia muito movimento. Com o carro parado do outro lado da rua, saí rapidamente para a loja e cheguei um tanto molhada. Um senhor na minha frente comentou: "Isso é hora de chover? Essa chuva atrapalha todo mundo!"
Eu sorri e disse para ele, de modo mais amável possível: "Mas diante da seca que tivemos nos últimos dias, eu acho que podemos considerar a chuva uma bênção, mesmo ficando um pouco molhados, não acha?"
Continuei sorrindo, enquanto ele pareceu um pouco decepcionado pela falta de apoio para falar mal da chuva... Ele concordou meio sem convicção, e ficou um tempo em silêncio. Ao final acrescentou:
- Está soprando agora, mas vai morder! Vai esfriar muito, e aquele frio seco... Não vai ficar assim, tranquilo, não!
Continuei sorrindo e acrescentei:
- Mas hoje a chuva está tão linda! Podemos aproveitar!
Ele não respondeu. Pediu uma cerveja, e disse ao atendente que era "para aguentar a fila"...
Fiquei pensando... Tem gente tão de mal com a vida que precisa reclamar de alguma coisa para dar sentido ao seu dia! Porque chove, porque não chove, porque esfria, porque faz calor...
Seria tão bom se lembrássemos sempre do que Deus nos ensinou a dizer:
"Este é o dia que o Senhor nos fez! Alegremo-nos nele!"
terça-feira, 3 de maio de 2011
Mãe e filha
Hora do almoço. Estavam só as duas, mãe e filha. E sem nenhuma introdução, a filha começa a conversa:
- Mãe! Todas as minhas amigas já perguntaram isso para a mãe delas e eu quero que você responda para mim também.
Sentindo o olharzinho meio sem jeito da filha adolescente, a mãe responde com calma.
- Claro filha! Mamãe é antes de tudo sua amiga. O que você quer peguntar?
- Você ia ficar brava comigo se um dia eu dissesse que dei um beijo em algum garoto?
A mãe engoliu em seco...
- Filha... - com a maior naturalidade possível - depende muito da situação. Se você me dissesse que beijou um garoto da escola porque ele é bonitinho, porque todo mundo beija, ou por uma razão assim meio "nada a ver", eu ia achar que não foi uma atitude legal. Mas se você contasse que beijou alguém de quem você já gosta, com quem você tem um relacionamento, daí é meio diferente...
A filha pareceu estimulada pela resposta da mãe.
- Mãe, mas e se não fosse assim, um beijo, mas fosse "tipo assim", só um selinho?
A mãe começa a desconfiar daquela conversa.
- Filha, o que houve na escola hoje?
- Nada mãe!
- Você beijou alguém na escola?
- NÃO mãe!!!!
- Então você viu alguém beijar alguém?
- Também não, mããããããe!
- Filha, e porque mesmo esse assunto agora, no meio do almoço?
- Ah... porque eu queria saber se caso acontecesse comigo, se você ia ficar brava. Assim, se fosse um selinho, e se fosse num menino legal, assim, que gosta de mim, e eu dele...
A mãe pensou antes de responder.
- Filha, você é tão novinha. Acho meio cedo! Mas se acontecer, eu quero que você me conte, porque eu quero que você saiba que pode conversar comigo sobre qualquer coisa, tá bom?
- Tá bom mãe! - e ela acrescentou um suspiro de alívio.
A mãe ficou olhando... e a filha disparou:
- Mãe, e se eu desse um selinho no Joãozinho? Você sabe que ele gosta de mim... Eu gosto dele...
- Filha, você beijou o Joãozinho?
Meio envergonhada, a menina abaixou a cabeça e falou mais baixinho:
- Foi só um selinho, mãe... Uma brincadeira! Nem foi bem um beijo de verdade...
E a mãe, querendo fazer cara de seriedade, olhou nos olhos da sua menininha, que estava com as faces ruborizadas. A pequena baixou os olhos, e a mãe só conseguiu dizer entre lágrimas:
- Meu bebê já está uma mocinha!
E ali nasceu um elo de cumplicidade entre mãe e filha que jamais poderia ser quebrado.
- Mãe! Todas as minhas amigas já perguntaram isso para a mãe delas e eu quero que você responda para mim também.
Sentindo o olharzinho meio sem jeito da filha adolescente, a mãe responde com calma.
- Claro filha! Mamãe é antes de tudo sua amiga. O que você quer peguntar?
- Você ia ficar brava comigo se um dia eu dissesse que dei um beijo em algum garoto?
A mãe engoliu em seco...
- Filha... - com a maior naturalidade possível - depende muito da situação. Se você me dissesse que beijou um garoto da escola porque ele é bonitinho, porque todo mundo beija, ou por uma razão assim meio "nada a ver", eu ia achar que não foi uma atitude legal. Mas se você contasse que beijou alguém de quem você já gosta, com quem você tem um relacionamento, daí é meio diferente...
A filha pareceu estimulada pela resposta da mãe.
- Mãe, mas e se não fosse assim, um beijo, mas fosse "tipo assim", só um selinho?
A mãe começa a desconfiar daquela conversa.
- Filha, o que houve na escola hoje?
- Nada mãe!
- Você beijou alguém na escola?
- NÃO mãe!!!!
- Então você viu alguém beijar alguém?
- Também não, mããããããe!
- Filha, e porque mesmo esse assunto agora, no meio do almoço?
- Ah... porque eu queria saber se caso acontecesse comigo, se você ia ficar brava. Assim, se fosse um selinho, e se fosse num menino legal, assim, que gosta de mim, e eu dele...
A mãe pensou antes de responder.
- Filha, você é tão novinha. Acho meio cedo! Mas se acontecer, eu quero que você me conte, porque eu quero que você saiba que pode conversar comigo sobre qualquer coisa, tá bom?
- Tá bom mãe! - e ela acrescentou um suspiro de alívio.
A mãe ficou olhando... e a filha disparou:
- Mãe, e se eu desse um selinho no Joãozinho? Você sabe que ele gosta de mim... Eu gosto dele...
- Filha, você beijou o Joãozinho?
Meio envergonhada, a menina abaixou a cabeça e falou mais baixinho:
- Foi só um selinho, mãe... Uma brincadeira! Nem foi bem um beijo de verdade...
E a mãe, querendo fazer cara de seriedade, olhou nos olhos da sua menininha, que estava com as faces ruborizadas. A pequena baixou os olhos, e a mãe só conseguiu dizer entre lágrimas:
- Meu bebê já está uma mocinha!
E ali nasceu um elo de cumplicidade entre mãe e filha que jamais poderia ser quebrado.
quarta-feira, 27 de abril de 2011
Eu odeio a mentira...
Conheci uma pessoa engraçada...
Bom, na verdade "engraçada" é aquela qualidade que você dá para alguém que você não consegue definir... nem entender... Dizer que fulano é "engraçado" equivale a dizer que ele é tão diferente de você que para compreendê-lo, só por uma perspectiva bem diferente da sua, o que é, digamos, "engraçado"...
Mas essa pessoa era assim, engraçada. Gritava a plenos pulmões, para quem quisesse ouvir: "Eu odeio a mentira!" E era muito, mais muito severa com pequenos equívocos das pessoas a sua volta. Se alguém esquecia de fazer alguma coisa, a pessoa gritava: "Você mentiu para mim, e eu odeio a mentira!" Se alguém se atrasasse, mais uma gritaria: "Você prometeu chegar às 10 e são 10:15! Eu odeio gente mentirosa!"
E essa pessoa foi ficando cada dia mais sozinha, porque quem estava por perto, foi se afastando devagarinho dos gritos, das agressões, das acusações. Até mesmo quem tinha que ficar perto, ficou longe de algum modo.
E o mais curioso, ou o "engraçado", é que essa pessoa era a pessoa mais mentirosa que eu conheci! Daquelas pessoas que mentem por nada, para endossar uma opinião, para valorizar algo que pertence a ela, para dizer que o que ela fez foi super importante, e por aí vai... E mentia tanto que às vezes acreditava na própria história, como se vivesse numa realidade paralela.
Ontem eu conversei com uma amiga sobre isso e ela concluiu a frase que eu sempre ouvia "incompleta". A frase completa dessa pessoa não era "Eu odeio a mentira", mas o correto seria "Eu odeio a mentira que eu não conto..."
Na falta de palavra melhor, pessoa "engraçada" aquela...
Bom, na verdade "engraçada" é aquela qualidade que você dá para alguém que você não consegue definir... nem entender... Dizer que fulano é "engraçado" equivale a dizer que ele é tão diferente de você que para compreendê-lo, só por uma perspectiva bem diferente da sua, o que é, digamos, "engraçado"...
Mas essa pessoa era assim, engraçada. Gritava a plenos pulmões, para quem quisesse ouvir: "Eu odeio a mentira!" E era muito, mais muito severa com pequenos equívocos das pessoas a sua volta. Se alguém esquecia de fazer alguma coisa, a pessoa gritava: "Você mentiu para mim, e eu odeio a mentira!" Se alguém se atrasasse, mais uma gritaria: "Você prometeu chegar às 10 e são 10:15! Eu odeio gente mentirosa!"
E essa pessoa foi ficando cada dia mais sozinha, porque quem estava por perto, foi se afastando devagarinho dos gritos, das agressões, das acusações. Até mesmo quem tinha que ficar perto, ficou longe de algum modo.
E o mais curioso, ou o "engraçado", é que essa pessoa era a pessoa mais mentirosa que eu conheci! Daquelas pessoas que mentem por nada, para endossar uma opinião, para valorizar algo que pertence a ela, para dizer que o que ela fez foi super importante, e por aí vai... E mentia tanto que às vezes acreditava na própria história, como se vivesse numa realidade paralela.
Ontem eu conversei com uma amiga sobre isso e ela concluiu a frase que eu sempre ouvia "incompleta". A frase completa dessa pessoa não era "Eu odeio a mentira", mas o correto seria "Eu odeio a mentira que eu não conto..."
Na falta de palavra melhor, pessoa "engraçada" aquela...
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